Caso Rafael: Alexandra Dougokenski é condenada pelo assassinato do filho em Planalto

Mãe do menino deverá cumprir mais de 30 anos de prisão em regime inicial fechado. Rafael Mateus Winques, de 11 anos, foi encontrado morto em maio de 2020.

Caso Rafael: Alexandra Dougokenski é condenada pelo assassinato do filho em Planalto
Manifestação de populares no lado de fora do fórum de Planalto — Foto: Juliano Verardi/TJRS

A mulher acusada de matar o próprio filho em Planalto, no Norte do Rio Grande do Sul, em maio de 2020, foi condenada a 30 anos e dois meses de prisão pelo crime nesta quarta-feira (18). Alexandra Salete Dougokenski respondia pela morte de Rafael Mateus Winques, de 11 anos. 

 

Alexandra deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, mantida sob prisão preventiva. Além disso, ela também foi condenada a cumprir mais seis meses de detenção e 30 dias-multa. Os jurados consideraram a ré culpada pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa), ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.

 

Segundo o advogado de Alexandra, Jean Severo, a defesa deve recorrer da condenação e pedir a anulação do júri. Do lado de fora, integrantes da promotoria, responsável pela acusação, foram recebidos com festa por populares.

 

Na segunda-feira (16), primeiro dia do julgamento, depuseram uma ex-professora de Rafael e dois delegados que participaram da investigação. Na terça (17), os jurados ouviram familiares da vítima e da ré, como o irmão de Rafael e filho de Alexandra, o pai do menino, além do irmão e a mãe da acusada. No terceiro dia de júri, houve interrogatório da ré Alexandra Dougokenski. Ela responsabilizou o ex-companheiro Rodrigo Winques pela morte do filho. Tanto Rodrigo quanto sua defesa negam a versão apresentada pela ré. Após essa etapa, os jurados assistiram ao debate entre acusação e defesa, antes de se reunirem para definir a sentença de Alexandra. 

 

A defesa sustentou que o pai de Rafael seria responsável pelo crime, sugerindo que ele havia mentido sobre sua localização no dia da morte do menino. Do lado de fora do fórum, manifestantes pediram "justiça" no caso e "pena máxima" para Alexandra.

 

Rafael desapareceu no dia 15 de maio de 2020. A mãe dizia ter deixado a criança no quarto para dormir e quando acordou, no dia seguinte, ele não estava mais no local. Conforme o relato da mãe à polícia, a cama estava desarrumada e a porta da casa encostada. O local não tinha sinais de arrombamento. A mãe de Rafael, até então considerado desaparecido, deu uma entrevista pedindo ajuda para encontrar o filho. "A gente quer uma luz, uma noticiazinha que, sabe, que diga 'a gente viu esse menino em tal lugar'", disse Alexandra. Na época, a polícia não descartava nenhuma linha de investigação.

 

A Polícia Civil encontrou o corpo de Rafael no dia 25 de maio, por volta das 17h30. Alexandra Dougokenki confessou o crime, dizendo que teria dado um medicamento para o filho, considerado por ela um menino nervoso. A suspeita foi presa. Alexandra foi denunciada pelo MP em junho daquele ano. Em dezembro de 2020, ela mudou sua versão, passando a responsabilizar o pai do menino pela morte.

Fonte: G1

Link: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/01/18/caso-rafael-alexandra-dougokenski-e-condenada-pelo-assassinato-do-filho-em-planalto.ghtml